O tratamento acontece com suporte de uma equipe multidisciplinar, mas sabemos que é na sala de aula que o tratamento é feito
Para muitas famílias esse assunto ainda é um tabu. Muitas pessoas sentem vergonha em falar do problema porque já chegou a ser piada em rodas de conversas, pois associam a dislexia a uma pessoa preguiçosa.
A dislexia é um transtorno de aprendizagem que afeta a área da escrita, da leitura e, também da soletração - envolve símbolos, gráficos e códigos de linguagem fonológica. Pessoas com dislexia possuem dificuldades em processar os sons das palavras e associá-los com as letras que os representam.
É importante lembrar que a dislexia geralmente envolve um conjunto de sintomas. A manifestação e a intensidade desses sintomas variam em cada pessoa.
Há diferentes graus de dislexia, normalmente descritos como leve, moderado e severo. O grau de dislexia baseia-se, em geral, na severidade das dificuldades apresentadas pelo indivíduo.
Celiane Lopes, psicóloga do Hapvida Saúde, explica que a pandemia afastou as crianças da escola impactando no aprendizado de todos os alunos. As escolas tiveram que se reorganizar em um curto período para oferecer uma alternativa às aulas presenciais e o ensino remoto foi a escolha para a maioria das instituições de ensino.
“Houve a necessidade de adaptação de toda a comunidade escolar a esse novo modelo, porém para muitos alunos com algum tipo de dificuldade de aprendizagem isso está sendo um desafio. O dia a dia em sala de aula exige adaptações de métodos para atender esses alunos e muitos estudantes com dislexia podem demonstrar desinteresse pelos estudos”.
O tratamento da dislexia acontece com uma equipe multidisciplinar, mas sabemos que, basicamente, é na sala de aula que o tratamento é feito. “A criança com dislexia deve ter sessões de atividades individualizadas, uma vez que são dificuldades de reconhecimento preciso da linguagem e símbolo. Uma criança que possui o transtorno de aprendizagem pode ter convivência normal com os coleguinhas uma vez que, a dislexia não é uma deficiência e sim um transtorno. O que devemos ter cuidado em sala de aula para não destacar a dificuldade da criança e expor o aluno frente aos outros colegas”, relatou Karolinne Lima, professora de Pedagogia do Centro Universitário Estácio São Luís.
O auxílio de um psicopedagogo é fundamental e planos individuais de reforço, bem como uso da aprendizagem multissensorial: areia, macarrão, LEGO, amarelinha e a percepção auditiva como a música.
O que devo fazer?
De acordo com a psicóloga, por ser uma condição essencialmente clínica é preciso ficar atento ao desenvolvimento da criança de forma geral e se notar qualquer dificuldade, procure orientação de especialistas. “O diagnóstico e o tratamento passam por uma avaliação que exige a participação de equipe multidisciplinar, com profissionais da saúde e educação especializados. É fundamental que a criança entenda a natureza da dislexia, para que ela possa desenvolver uma opinião positiva sobre si mesma, se tornando um adulto que consegue, o quanto antes, descobrir seus pontos fracos e aprimorá-los, seus pontos fortes e potencializá-los, e como consequência terá uma vida muito melhor”.
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